SP tem 14 praias impróprias para banho, um risco à saúde dos turistas.
ILHA COMPRIDA E IGUAPE
BANDEIRAS VERDE O ANO TODO
CMIC, 23/12/19 - Sol, praia e mar, combinação perfeita para o verão, que começa neste domingo (22), mas é preciso ficar atento às condições das águas antes daquele refrescante banho de mar. A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) faz o monitoramento das 157 praias do estado todos os fins de semana do ano. A medida atende uma resolução do Conama, órgão do Ministério do Meio Ambiente.
Estão impróprias para banho, segundo a Cetesb, Itaguá e Lázaro (Ubatuba), Tabatinga e Indaiá (Caraguatatuba), Viana, Itaquanduba e Portinho (Ilhabela), Milionários, Gonzaguinha e Praia da Divisa (São Vicente), também Perequê (Guarujá), José Menino (nos dois trechos em Santos) e Centro (Itanhaém).
Karla Pinto afirma que a condição muda de semana para semana e alguns fatores podem influenciar negativamente como, por exemplo, os temporais.
“Quando chove, a situação se agrava porque acelera a chegada do esgoto no mar e, consequentemente, chega também mais fezes in natura nas águas”. (Karla Pinto - bióloga)
Segundo o último boletim da Cetesb, entre 17 de novembro e 15 de dezembro, dos 177 pontos de amostragem monitorados, 14 praias estavam impróprias, sendo 10 no litoral norte de São Paulo e 4 na Baixada Santista.
Mas algumas praias são pontos viciados, isto é, conhecidas por serem repetidamente impróprias para o banho. De acordo com o levantamento da Cetesb, Itaguá e Perequê-Mirim (Ubatuba), Indaiá (Caraguatatuba), Itaquanduba (Ilhabela), Perequê (Guarujá), Gonzaguinha e Milionários (São Vicente) são as praias que, ao longo de 2019, figuraram entre as mais sujas.
Já em Praia Grande e Santos, a condição variou muito, mas todas as praias estiveram impróprias em diferentes momentos do ano.
Por outro lado, os banhistas podem ficar tranquilos ao visitar as praias de Ilha Comprida e Iguape, ambas estiveram próprias para banho ao longo de 2019.
Bandeiras vermelhas
As praias avaliadas como impróprias são sinalizadas com bandeiras vermelhas, que servem como alerta sobre a qualidade da água do mar. O cenário, no entanto, muda de semana para semana e o turista deve consultar a Cetesb para saber a atual situação do mar no litoral paulista.
A recomendação é não se banhar em águas sinalizadas como impróprias, evitar entrar no mar nas primeiras 24 horas após o temporal, não entrar em córregos, canais e rios que afluem às praias e, em nenhuma hipótese, engolir água do mar.
Luan Scaccabarozzi tem 10 anos e passou um fim de semana em Praia Grande, no litoral sul paulista. Ele estava ansioso em aproveitar ao máximo a praia da Vila Tupy e nem se atentou à bandeira da Cetesb. De acordo com a mãe dele, Luciana Tofanelli Scaccabarozzi, o filho passou muito mal depois. “A ansiedade conta muito, ver aquele mar, ele tava muito empolgado, brincou bastante, mergulhou e engoliu muita água, entrou pelo nariz e pela boca”.
“À noite veio o resultado: eu não esperava uma virose tão agressiva, deu dó, incluía vômitos e diarreia ao mesmo tempo e com intensidade. Fui no Pronto Socorro e tinham várias crianças em atendimento numa situação parecida. Voltamos para casa, em São Paulo, com ele tomando soro no caminho”. (Luciana Scaccabarozzi)
Passar o dia debaixo do sol forte e sem ingerir muito líquido pode ter ajudado a agravar o quadro de saúde.
De acordo com a bióloga da Cetesb, o risco de contrair doenças é maior quando se engole a água do mar, mas apenas o contato com a pele já é suficiente. “A gente monitora a balneabilidade das praias porque existe uma consequência. Geralmente os casos mais comuns são de gastroenterite, com febre, vômito, diarreia e dores abdominais, mas a pessoa pode contrair febre tifoide, dermatoses, conjuntivite, otite e hepatite A”, revelou Karla Pinto.
A febre tifoide é uma doença bacteriana transmitida por alimentos e água contaminados. A hepatite A é também uma doença infecciosa causada pelo vírus VHA que é transmitido por via oral-fecal, de uma pessoa infectada para outra saudável, ou por água contaminada.
Verificar a condição do mar por meio das bandeiras da Cetesb é essencial para evitar problemas de saúde, que podem atrapalhar a viagem de férias.
Fonte: R7.com (Joyce Ribeiro, 22/12/19 - adaptado)